As principais características dos sintomas da TPM é que eles aparecem geralmente uma ou duas semanas antes das menstruações e somem completamente durante o período de sangramento. Estima-se que aproximadamente 90% das mulheres no período reprodutivo apresentem algum tipo de sintoma durante os dias antecedentes às menstruações. Dependendo do tipo e da intensidade, esses sintomas podem comprometer o bem-estar feminino com repercussões na família ou no meio social em que vive a mulher.
Até o momento, a medicina ainda não estabeleceu a causa da tensão pré-menstrual, embora seja sugestivo que pequenas oscilações nos níveis sanguíneos dos hormônios estrogênio e progesterona possam desencadear os sintomas. Possivelmente, a deficiência de serotonina esteja relacionada com o mecanismo de alguns sintomas depressivos da TPM. Essa substância é importante na regulagem do comportamento individual que melhora o humor e o sentimento de alegria. Além disso, algumas evidências sugerem o envolvimento das deficiências de cálcio e de magnésio com o aparecimento de sintomas físicos e emocionais.
Em aproximadamente 5% das mulheres em fase reprodutiva, nas quais os sintomas da depressão, ansiedade, raiva e irritabilidade são muito intensas, caracteriza outra disfunção chamada distúrbio disfórico pré-menstrual – um tipo de TPM, digamos, mais grave. Nesses casos a desordem psíquica associada aos sintomas da TPM é mais intensa, necessitando acompanhamento psiquiátrico.
Apesar das várias medicações disponíveis para o tratamento da TPM uma dica importante para a mulher que quiser melhorar os sintomas da TPM é mudar os hábitos de vida. Por exemplo, a alimentação inadequada contribui para o aparecimento de distensão abdominal, náuseas, inchaços nos corpo, dores nas mamas, alterações do humor e outras queixas. Por essa razão, o ideal é procurar fazer refeições mais freqüentes, com menor quantidade de comida para facilitar à digestão e ingerir alimentos mais leves, com teor reduzido de gordura saturada e sal. A escolha do cardápio deve privilegiar a presença de alimentos ricos em carboidratos compostos, como frutas, vegetais e grãos.
O uso de nutrientes com alta concentração de magnésio também é benéfico para quem tem TPM. Sendo assim, toda ênfase deve ser dada para o consumo de feijão, soja, lentilha, ervilha e vegetais de folhas verdes escuras, incluindo agrião, espinafre e rúcula. Outros tipos de alimentos favoráveis são os grãos, como aveia, granola, arroz e farinha de trigo integral. Da mesma maneira, peixe, carne branca em geral e derivados com alto teor de cálcio, como leite desnatado e queijo magro, não podem faltar na dieta. Ao contrário, além da gordura saturada e do sal, o consumo de cafeína, refrigerantes, álcool, açúcar e fumo devem ser evitados ao máximo.
O controle da TPM é, portanto, perfeitamente possível, desde que seja feito com auxílio médico e avaliação periódica, adequada e constante. Isso dará direcionamento ao tratamento e permitirá à mulher se beneficiar com a melhora dos sintomas.
José Alexandre Portinho
Doutor e Mestre em Ginecologia pela UFRJ
Médico Nutrólogo da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia
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