Além da bela cor, a pele negra exibe outras vantagens
Algumas mulheres podem se considerar privilegiadas por natureza. Umas não têm tendência para engordar, outras não sabem o que é celulite e existem aquelas que possuem pele e cabelos normais, ou seja, não precisam sofrer tanto para cuidar do visual. Porém, sortudas mesmo são as negras. Se antes o tom de pele era um problema para elas e sinônimo de exclusão social, hoje se pode garantir que elas têm muito do que se orgulhar. No Dia da Consciência Negra, valorize-se e saiba cuidar dessa pele tão especial...
De acordo com a dermatologista Ligia Kogos, a pele negra, pela história evolutiva das sociedades africanas, está equipada para as intempéries da natureza e preparada para a luta, para sobreviver em ambientes adversos (o calor africano durante o dia, mais o vento e o frio durante a noite). Além disso, o corpo tem uma musculatura mais forte. "Os negros são fisicamente mais aptos que os brancos. Não é à toa que nas olimpíadas, em competições como corridas, eles levam mais vantagens. Eles tiveram que correr muito para sobreviver. Por isso o corpo é mais preparado", explica Dra. Ligia.
A origem da etnia explica também outras diferenças e define cuidados. Como possui muita melanina, a pele está mais protegida do sol e, por conseqüência, do envelhecimento das células da epiderme. Soma-se a isso um alto teor de colágeno, o que significa um grau de elasticidade superior a outras cores de pele. Estes dados justificam o fato de a pele escura permanecer conservada por tanto tempo.
Cuidados
Os cuidados com este tipo de pele são bem simples. A dermatologista Ligia Kogos recomenda uma limpeza profunda pela manhã e à noite, para evitar a dilatação dos poros. É só lavar bem o rosto com um sabonete de acordo com o tipo de pele. Depois, escolha uma loção tônica adstringente que seja hidro-alcoólica, como o velho e conhecido Leite de Rosas ou o de Colônia, fáceis de encontrar em qualquer farmácia. Antes de sair de casa, passe um hidratante com FPS 10. É importante que esse filtro seja oil free, para não aumentar a oleosidade do rosto.
À noite, depois de repetir a limpeza com o sabonete e com o tônico adstringente, use um creme com vitamina C ou hidroxiácidos. "Isso é para deixar a pele refinada, porque bonita ela já é", diz a médica. No corpo é bem mais fácil: é só usar um hidratante que contenha algum lubrificante – óleo de avelã, uva ou macadâmia para tirar o ressecado tão comum nos cotovelos e joelhos. Mais simples impossível.
Sorte grande
Além de ser bem mais fácil cuidar da pele, as mulheres negras ainda podem esnobar pelo fato de não terem celulite. Como a musculatura das pernas é mais firme, isso impede a formação daqueles desagradáveis furinhos. O acúmulo de gorduras é só nos quadris. Defeito?! Que nada! Isto é sinônimo de bumbum empinado. As costas também possuem músculos mais fortes. Resultado: a postura é melhor. "É o orgulho sem arrogância. Elas devem agradecer a Deus o corpo que têm", exalta Dra. Ligia. Portanto, branquelas (e nessa, a repórter se inclui) morram de inveja!
Porém, nem tudo é perfeito. Para sobreviver nas savanas africanas, o corpo foi acostumado a curar rapidamente qualquer agressão. Até aí só vantagens. Entretanto, nós não estamos mais na selva e, por isso, a cicatrização pode ser um problema. Quando há um corte, o sistema de defesa do corpo entra em ação. Entre as substâncias deste sistema, estão a melanina e o colágeno, que são mais abundantes na pele negra, facilitando a hiperpigmentação e a formação de quelóides neste tipo de peles. Então, é preciso cuidado redobrado na hora de fazer tratamentos estéticos.
Tratamentos
Segundo a dermatologista Ana Carolina Rocha, da Clínica La Vitalité, no Rio de Janeiro, peelings e lasers, se não forem bem aplicados, podem prejudicar esse tipo de pele. "A pele negra, quando agredida, sofre um processo inflamatório mais intenso que a pele branca, perde água mais rapidamente e em maior abundância. Ativa melanina e colágeno em excesso e, com isso, eleva-se o risco de cicatrizes e manchas escuras", afirma a dermatologista.
Isso não quer dizer que não se pode fazer esses tratamentos. Existem peelings mais suaves, superficiais, bem como lasers específicos que agridem menos. Se a pele for preparada antes e depois, não há riscos. "De maneira geral, antes de iniciarmos, passamos ácidos com ação despigmentante e recomendamos anti-inflamatórios de baixa potência e vitaminas antioxidantes. Depois do tratamento, é importante o uso de hidratantes, regeneradores e antiinflamatórios leves", orienta Dra. Ana, lembrando que, como o peeling é uma "agressão" à pele, o tratamento demora mais tempo para ser concluído.
Com ou sem cachos
Outro cuidado importante é com os cabelos. Embora dêem a impressão de serem grossos, eles são muito frágeis e merecem atenção especial. De acordo com Ligia Kogos, se a pessoa não for alérgica, o formol, tão condenado, pode ser uma solução. "O produto deve ter o reconhecimento da Anvisa. Se estiver tudo certo, ele forma uma capa de proteção e não agride os fios", explica. Caso prefira manter os cachos, a dermatologista aconselha o uso de xampus para cabelos secos e ondulados, leave on e silicones para dar acabamento aos penteados. "Depois, é só valorizar a beleza e o frescor que elas têm", finaliza.
Via - Bolsa de mulher
Divulguem
0 comentários:
Postar um comentário